Saturday, August 20, 2011

welcome to the World, Little Homme!

After many rumors about the birth of Camille Harley's little brother, today, August 21, Brody Dalle made official the news via Twitter: "We got us a very handsome Red headed Baby Boy - Orrin Ryder Homme born on Friday the 12th of august , 7 lbs 12oz . Weez totes IN-LOVE."

Besides the declaration, Dalle also took the opportunity to thank the loving messages she had received.

BrodyDalleMusic.com is very happy and especially to know that everything went well. Congratulations to the couple!!

Bem-vindo ao Mundo, Pequeno Homme!

Depois de muitos rumores sobre o nascimento do irmãozinho de Camille Harley (5 anos), hoje, 20 de agosto, Brody Dalle oficializou a notícia através de seu twitter: "Ganhamos um lindo ruivinho - Orrin Ryder Homme nasceu na sexta-feira, 12 de agosto, com 3,52kg. Estamos totalmente APAIXONADOS."

Além da declaração, Dalle também aproveitou para agradecer as mensagens carinhosas que recebera.

O BrodyDalleMusic.com está muito feliz com a notícia e, principalmente, por saber que tudo ocorreu bem durante o parto. Parabéns, família Homme!!

Saturday, August 13, 2011

Rainha dos Condenados


Brody Dalle, do Distillers, mostra suas presas.


Título Original: "Queen of the Damned"
Por: Troy Johnson
Para: Sdcitybeat.com
Data: 29 de Outubro de 2003
Tradução: Angélica Albuquerque


Estou tentando lavar minha roupa, mano”, diz Brody Dalle, do Distillers, de um celular emprestado. A declaração pode ser interpretada literalmente ou metaforicamente, já que toda a mídia parece estar se concentrando na roupa suja do punk.

Como ela deixou o seu marido, Tim Armstrong do Rancid. Como ela então deu a língua para o seu novo namorado, Josh Homme do Queens of the Stone Age, numa foto da Rolling Stone. Os fãs de Rancid e os críticos foram todos para cima dela, acusando-a de cortejar a fama à custa dos outros, alguns até sugerindo que seu casamento de sete anos com Armstrong era um pouco mais do que um movimento de carreira.

Bem, às vezes isso me incomoda e às vezes não,” Brody diz sobre a crítica, com uma voz radio-sexy, rouca e calibrada pelo cigarro, principalmente. “Isso depende do dia. É apenas outra porra de dia. E você sabe o que mais, isso vai sumindo até que vai embora de uma vez. Isso não é algo como se eu estivesse chupando o pau do presidente. Eu só estou em uma banda. E isso é histérico.

A nativa australiana é um sonho ousado e teimoso, seu discurso é pontuado por um fluxo constante de palavrões, mas brilhante na forma como ela aborda estranhos como “bebê” ou “querido”. Ela é aquela que usa batom vermelho intenso e cospe em quem está na primeira fila [do show]. Apelando, sim. No entanto, não da mesma forma de belezas tradicionais, como Gwen Stefani, do No Doubt, com quem o Distillers fez turnê no início deste ano.

Eu era o oposto completo de Gwen, apenas suja e asquerosa. Há uma foto muito engraçada da gente,” ela conta. “Eu pareço um vagabundo de rua, cara. E ela se parece como esta mulher limpa e angelical.

Com o lançamento do novo álbum do Distillers, “Coral Fang”, sendo realizado através da Warner Brothers, Dalle precisa se acostumar a esse tipo estranho de emparelhamento. Quando a Epitaph lançou o seu álbum homônimo em 2000, as turnês eram feitas para punks de espírito e para famílias punks, em clubes pequenos. A fama muda as coisas, marca shows como se marcasse encontro às cegas entre as bandas. Brody não é específica sobre com quem o Distillers deve partilhar o palco, para ela, que se dane.

Eu acho que os fãs do No Doubt ficaram um tanto quanto chocados. No Doubt é esse reggae ska pop e então a batida proibida ecoou através dos auto-falantes do estádio,” ela diz. “Eu acho que algumas pessoas gostaram, mas a maioria só ficou parada de boca aberta. Eu tinha um moicano na época.

Eles talvez não curtam ou talvez não vão comprar nada do Distillers, mas você tem que mostrar às pessoas músicas boas. Talvez não seja a sua banda, mas através de sua banda elas encontram outras bandas que gostam.

Ela então canta um trecho de uma música da banda de Los Angeles The Bronx, que ela diz parecer um “mix entre Black Flag e Led Zeppelin.

Isso é o que está faltando na cena musical atual, ela diz sobre a camaradagem, uma pequena ajuda dos seus amigos. O Distillers viveu “sob a tumba de alguém durante um bom tempo,” ela conta, e agora a banda está começando a ter o seu “pequeno império próprio.

Em diversas maneiras, a vida de Dalle é paralela a de outra efervescente roqueira feminina. As duas têm um grito rouco que deixa a maioria dos vocalistas homens passados. Ambas tiveram maridos roqueiros famosos. A comparação com Courtney é inevitável, obviamente, mas Brody está mais do que cansada de ser tratada como e interpretar a novela “a nova mulher no rock”.

Isso me deixa louca,” ela conta. “Mas está acontecendo toda essa coisa de mulheres liderando uma banda, como se elas nunca tivessem aberto a boca antes. Isso não era muito uma anomalia, sabe? As mulheres têm feito música há bastante tempo e, francamente, eu meio que estou farta disso. Se nós continuarmos tratando esse caso como uma novela, ele nunca irá melhorar.

Eu não estou fazendo isso por ninguém além de mim. Desculpe-me se isso soa egoísta. Se nós inspiramos as mulheres a falar, eu irei tocar, mas eu não irei tocar como uma garota, eu só irei tocar, então isso é ótimo.”

Coral Fang” é um desvio para uma banda que se tratava puramente sobre a “batida proibida”: Hardcore punk direto. Ao trabalhar com o produtor Gil Norton (Pixies, Foo Fighters), a banda desacelerou as coisas. Há até uma *respiração penosa* balada no disco. Brody sabe que os fãs antigos deverão enlouquecer. Na verdade, ela está ansiosa pela divergência.

Francamente, eu não me importo. Eu quero perder grande parte da nossa multidão de pessoas míopes, que não estão abertas para experimentar algo diferente musicalmente,” ela diz. “Eu não estou interessada em tocar para eles. Eu não vou atendê-las, tampouco.

Inspirada pela banda britânica Discharge a tocar um hardcore alto e rápido quando era adolescente, ela agora procura as lendas de Orange Country, o Black Flag, para desacelerar as coisas.

Greg Ginn, do Black Flag, disse algo muito bom quando foi perguntado por que estava diminuindo a velocidade das músicas,” ela conta. “Sua resposta foi que algo pode continuar causando impacto mesmo sendo mais devagar. Não precisa ser realmente rápido para causar um impacto.” E eu sinceramente concordo com isso.

Eu amo tocar hardcore, cara. Hardcore sujo e com abordagem negativa, eu amo isso pra caralho. Mas eu não quero fazer isso pelo resto da minha vida, todos os dias e em todas as músicas. Não é empolgante. É como comer a mesma refeição todo dia. Você gostaria de fazer isso?


Entrevista para a Rock Girrl


Por: ?
Para: Rock Girrl
Data: 2003
Tradução: Marianna Souza de Oliveira


     Depois de cinco anos e de dois independentes e aclamados CD’s (The Distillers e Sing Sing Seath House), tudo são rosas para Armstrong.

      Depois de recentemente ter cantado no Sire, The Distillers abriu a turnê do No Doubt e do Garbage no final do ano passado – um passo que os expôs de uma forma que eles nunca tinham experimentado antes-. Agora envenenada para se tornar um nome household, Armstrong reflete obre seu passado e sobre o que o futuro reserva para ela.

Como você descobriu a música?
Meus pais eram grandes colecionadores de vinil, então eu sempre estive por perto desse meio. Eu tinha essa compilação chamada The Beat Girls quando eu tinha cinco anos e tinha The Go Go’s nela. Tinha umas bandas bem ruins na compilação, mas The Go Go’s se sobressaltou. Rolling Stones e Tom Petty foram também importantes pra mim quando eu era uma criança. Eu fui ao meu primeiro show quando eu tinha sete anos, da Cyndi Lauper.

Quando você ganhou sua primeira guitarra?
Eu tinha 13 anos. Era acústica. Eu lutei com ela primeiro porque eu ainda não tinha tido nenhuma aula. Eu não sabia como mexer com aquilo, então eu fazia uns powerchords estranhos com meu dedo anelar e indicador. Eu pensei, “É tão difícil que é um saco”. Então eu tive umas duas aulas e o professor me ensinou algumas músicas que eu queria aprender como “Teenage Whore” do Pretty On The Inside, e coisas como esta.

Quem te inspirou a tocar?
Eu amava música. Era uma linguagem que eu sempre entendi desde que era pequena. Eu aprendi a falar ela como poesia.

E era terapêutico?
Era terapêutico pra todo mundo. Eu nem sei como categorizar isso. Era como uma necessidade intrínseca, primitiva. Você tem que ouvir o ritmo. Você tem que ouvir o som.

Quando você começou a levar a música mais a sério?
Depois da minha primeira banda, a Sourpuss se separou eu sabia que aquilo era tudo que eu queria fazer. Ter sido expulsa da escola e ter sido motivo de risadas por não ter um corte de cabelo certo me fizeram perceber que eu não queria fazer nada além de tocar música. Eu não sabia direito como, mas eu sabia que eu iria fazê-lo.

Como o Sourpuss se uniu?
Quando eu tinha 14 anos, minha melhor amiga e eu fomos para a mesma escola católica de garotas e minhas duas outras melhores amigas conheceram essa outra garota em um show pra todas as idades. Eles perguntaram entre si o que cada um tocava e foi ali que tudo começou. Quando começamos, estávamos no auge do “mulheres na música” nos anos 90. Eu realmente não me lembro se nós tivemos apoio ou não. Mas tenho certeza de que levamos muita merda. Nós éramos quatro garotas e eu era a mais nova. Nesse ponto a gente não podia tocar muito bem. Todo mundo queria ser a abelha rainha e ninguém queria dar um passo pra trás, então sempre tinham constantes brigas, uma merda, pra ver quem seria a número um, a líder da banda. Eu só queria tocar e compor músicas. Eu queria ser uma boa compositora como as minhas influências. Depois de um tempo foi nosso falecimento.

Você tinha algum contato com o Rock n’ Roll High School for Girls em Melbourne?
Nós éramos parte dele. Nós praticamos lá. Era ótimo em teoria, mas lá tinha muitas regras e um monte de merda envolvida que pesou muito pra baixo. Como uma artista, eu queria ir para fora por minha conta. Eu não queria ser parte de um estandarte para “mulheres”. Eu não queria ter aquela dor de cabeça  porque eu sentia que aquilo estava trazendo mais problemas do que ajudando.

Tinha alguns acampamentos aqui nos Estados Unidos especialmente pra meninas. Você acha que é o mesmo aqui?
É ótimo para jovens mulheres, jovens garotas, que não se sentem confortáveis e que precisam de apoio extra. Ajuda muito a tirar as pessoas dessa luta de tentar descobrir tudo. Essa indústria é pura enrolação.

É pior aqui do que na Austrália?
Ah, com certeza. É tão maior e mais elaborado aqui. É colossal comparado à Austrália. Austrália tem uma boa cena musical, mas está no caminho de se tornar uma mini América, coisa que os australianos estão lutando contra. Eles querem rivalizar com a América, mas ao mesmo tempo eles são totalmente enojados por ela.

Sua musica tende a ser política.  Você acha que os músicos têm a obrigação de serem políticos?
É uma ótima plataforma se você quer que a sua música seja política. Você tem um microfone, então você é um pouco mais alto do que a maioria das pessoas. Você pode com certeza ter a sua idéia reconhecida através de um decibel mais alto, mas ser político é uma escolha pessoal.

É empolgante pensar numa artista como você florescer porque já faz um bom tempo desde que alguém escreveu sobre realmente estar de saco cheio.  Você está carregando a tocha agora. Você acha que seus ombros são grandes o bastante para carregar essa responsabilidade?
Shirley Manson e eu nos tornamos muito próximas durante a turnê e ela vivia me dizendo: “Eu estou segurando a tocha por você, Brody” Eu não quero a tocha! Leva isso pra lá! Dá pra outra pessoa, sei lá! Eu sou tão fodida como qualquer outra pessoa quando sai do palco. É por isso que eu não gosto dessa coisa de “carregando a tocha”. Eu sou mais como “Caramba, eu estou fazendo isso.”

Como foi fazer turnê com o Garbage e o No Doubt? A platéia foi receptiva?
Eu não sabia o que esperar, mas quando quinze mil pessoas animadas é a coisa mais louca. É quase como música de fundo depois de duas semanas. Nós éramos definitivamente principais, mas eu não tava nem aí. Eu só queria sair dali e fazer o que tínhamos que fazer, e foi isso o que aconteceu. Um monte de crianças na verdade nos apoiaram e foi foram muito legais. Eu tenho certeza que foi um monte de gente que não entendeu o espírito da coisa e nem vai.

Você vê muitas garotas na platéia quando você comanda os shows?
Sempre tem meninas. Eu acho que é meio-a-meio, mas teve um monte de meninas e eu amei isso.

Você notou mais meninas na platéia do No Doubt e do Garbage?
Com certeza. Elas atraem isso. Era como umas Gwen’s de cinco anos com cabelos descoloridos. Foi louco! Mulheres têm muitas coisas diferentes a lidar com essa indústria. O que aparentamos ser sempre se torna mais importante do que temos a dizer. Estou farta disso. Estou farta de me preocupar cm qual foto vai pra capa da revista. Eu tento não entrar nessa porque sempre acaba ficando por cima das coisas mais importantes, como gravar um CD.

Agora que vocês entraram pra Sire a pressão é diferente?
Não sei. Nós ainda não tivemos um cd gravado por eles ainda. Eu falo com você daqui a um ano. Nós escolhemos a Sire porque foi a casa do Siouxie & The Banshees, Ramones, Dead Boys, Joy Division. Joan Jett é da Sire também. Tem uma boa linha. Seymour Stein tem um ótimo ouvido. Na verdade a gente o conheceu nem Nova Iorque e ele foi bastante engraçado e legal.

As expectativas vão mudar pra você na nova gravadora?
Não sei. Não sei nem o que esperar. Eu sei que a pressão está aumentando porque eu tenho tido sonhos em que essa entidade invisível está colocando pressão em certas partes do meu corpo e eu não consigo respirar. Isso me acorda.

Eu não acho que tem nada de subliminar nesse sonho.
Eu sei. É tão óbvio, não é?

Pelo menos você dorme.
Eu tenho tentado. Eu amo a noite. É a melhor hora pra eu para escrever. Eu também escrevo durante o dia, mas de noite mesmo é que eu acordo.

Você consegue ouvir outras coisas sem ser influenciada por elas enquanto está escrevendo?
No meu último cd, eu escutei cada disco da Blondie todo dia e foi como “Ah, melodia. Isso é pura melodia”.

Depois do Sourpuss você achou mais fácil trabalhar com homens?
Foi mais fácil pra mim. Eu amo mulheres que estão no meio musical e eu tenho um monte de amigas meninas que tocam. Eu as amo, as respeito e eu amo vê-las tocar. Sourpuss se tornou uma batalha de poder. Com certas pessoas nessa banda era mais como eu dando uma de babá e a banda tomando conta de um certo membro. Eu estava de saco cheio daquilo. Nós não éramos pais, nos éramos uma banda. Cresça. Descubra. Era assim que era com uma pessoa. Com as outras pessoas era a diferença de idade e experiência.

Tem alguma diferença de idade com os outros membros do Distillers?
Não. Nós todos temos a mesma idade e crescemos na mesma música.

Como que a banda escreve músicas? É um trabalho em grupo ou você já traz tudo pronto?
Eu levo tudo pronto. Eu tenho uma máquina de escrever. Eu amo datilografar e tocar ao mesmo tempo. Eu sento lá com o meu violão e escrevo. Eu vou tocar e vou escrever. Eu vou escrever e vou tocar. Eu posso fazer isso com uma caneta. Tem alguma coisa de especial em ver as letras surgindo de um papel em branco.

Você teve algumas mudanças.
É como uma família que, se não está funcionando muito bem, você não pode ficar nela. Assim que comecei esse projeto eu tive que achar pessoas às quais eu podia me relacionar e fazer o que eu queria fazer. Eu queria que as pessoas fizessem parte de alguma coisa, que investissem dois centavos e tivessem a mesma visão.

Como você e o Tim fazem o casamento funcionar com dois músicos de sucesso na família?
Nós vivemos cada dia intensamente. Tim tem uma gravadora, duas bandas e toma conta de milhões de outras bandas. Todos nossos amigos e músicos. Então tenho eu e minha banda, então isso definitivamente se cruza. Eu sou bastante independente e ele também é.

Você se preocupa que as pessoas pensem que é o Tim que escreve as suas músicas ou que esta sendo um Svengall de alguma forma?
Ninguém nunca pensou nisso.  Se alguém esta escrevendo merda sobre mim é porque não tem vida, e eu tenho. Eu nunca presenciei isso, mas se eu presenciasse, eu realmente não ligaria porque todo mundo sabe que eu tenho um ego. Eu nunca deixaria ninguém escrever minhas músicas, nem mesmo meu marido.  Não funciona assim nessa casa, sabe?

Você procurou a ajuda de Tim na hora de tentar um contrato com a Sire?
Claro. Nós estamos nessa gravadora, a Hellcat. O modo do qual ele têm tocado sua carreira é impecável. Rancid toma conta de seu próprio catálogo. Eles tomam conta de seus próprios CDs. Eles comandam eles mesmos. São donos de si. Eles não têm um administrador porque normalmente eles levam 20% do que eles ganham.

Qual foi a coisa mais estranha que um fã já fez?
Nós temos uma garota de Detroit que vai aos nossos shows não importa onde aconteçam. É bem selvagem. Um cara da Inglaterra tem a imagem da contra-capa do nosso primeiro CD tatuado e uma imagem de mim, no braço. Na verdade eu ainda não vi. Todo mundo viu e disse que era bizarro.

O que você gosta de usar como acessório?
Eu sempre usei Ernie Ball Elevens – o pacote roxo. Eu uso uma Strat e tem uma Humbucker nela. É uma ótima guitarra de se tocar. É quente e tem o som de uma Fender. Não tem nada como aquilo.

Você usa alguma coisa no estúdio que você não usa ao vivo – ou vice versa?
Não, eu uso Fenders. Les Paul é muito pesada. Eu não posso tocá-la ao vivo senão eu não poderia tocar no cd e conseguir o mesmo som. Eu amo o som das SG’s, mas elas são muito pesadas e instáveis. Você segura o pescoço dela e ele cai, isso me deixa louca. A Fender tem equilíbrio. Encaixa-se perfeitamente. Os pescoços são bons e o formato é clássico. Eu recentemente saí e comprei uma ’72 Tele que é linda e comprei uma ’65 Mustang também que é muito bonita. Ela é toda ótima, mas eu sempre volto pra Strat. Uma vez Strat, sempre Strat.

Quais amplificadores você usa?
Eu uso cabeçote Mesa e um gabinete Marshall 4x12 para a mixagem. Eu gosto do Mesa mas eu acho que os gabinetes dele são um pouco altos demais no final, muito metálico. Não tem como errar com um amp da Marshall.




Nova lider do Punk: Brody Dalle e os Distillers


Mexa-se, Courtney Love - O mundo do rock tem uma nova mulher que ele ama odiar. Brody Dalle, do Distillers, conversa com Caroline Sullivan


Título Original: "Punk's new leading lady: Brody Dalle and the Distillers"
Por: Caroline Sullivan
Para: The Guardian
Data: 12 de Março de 2004
Tradução: Angélica Albuquerque


É verdade aquilo que eles dizem sobre estrelas do mundo pop serem fisicamente pequenas, o que torna os 1,72m de altura de Brody Dalle um soco metafórico. Ela anda com saltos que adicionam à sua altura mais 10 cm e com suas tatuagens, sua palidez tuberculosa e com seus cabelos tingidos de preto, faz todo o pacote se parecer com algo que um designer de moda inventaria para uma coleção chamada Rock Chick.

Fumando atrás da escada perto do backstage da Brixton Academy em Londres, eu informo que ela é alta para uma pop star. Seu tom é vivo. “É porque eu sou uma rock star.

Então ela é. Dalle é “a nova Courtney Love” (de acordo com as revistas musicais americanas) - ou apenas a vocalista de um quarteto punk-metal de Los Angeles chamado de Distillers (de acordo com o Distillers). De todo modo, os últimos seis meses têm visto a sua ascensão do underground do punk de Los Angeles para um status renomado ao lado das adolescentes americanas problemáticas.

Seu rugido áspero escutado no efeito assustador do álbum de sucesso “Coral Fang”, lançado no último outono, brincou com o lado escuro para justificar de alguma forma a comparação com a Love, que Brody sem entusiasmo rejeita.

É sensato sugerir que se Love não tivesse feito o possível para estrelas femininas serem imperfeitas e caóticas, Dalle não estaria aqui agora. Mas ela tem o seu próprio distintivo de identificação: Ela é a primeira mulher a tomar frente na cena punk milenar da América.

Eu estou bem em relação a ser vista como assustadora. As pessoas estão menos propensas a andar sobre você,” ela diz docemente. Ela inspirou hordas de adolescentes “wanna-Brodes”, um grupo de quem, lá embaixo, no beco, grita o seu nome a cada minuto.

Dalle nasceu e cresceu em Melbourne, onde por volta dos 16 anos, tinha sido expulsa de duas escolas católicas. Ela foi logo se auto-mutilando e se automedicando com heroína. “Eu nunca fui uma drogada, eu nunca vivia em função de disso e vendia o carro da minha mãe para um cigano. Eu só experimentei, como todo mundo,” ela insiste, como se heroína fosse uma fase normal de desenvolvimento.

Depois de um tempo em um abrigo para mulheres, ela formou uma banda chamada Sourpuss, através de quem ela conheceu Tim Armstrong da banda americana de ska-punk Rancid. Seguindo-o até a Califórnia, ela casou-se aos 18 anos. Ela formou o Distillers como uma saída para sua perturbação, estabelecendo-os rapidamente na cena predominantemente masculina de Los Angeles.

Após um casamento de seis anos, ela deixou Armstrong no ano passado e assumiu um relacionamento com Josh Homme do Queens of the Stone Age. Seus colegas surpreendentemente conservadores ficaram escandalizados e a notoriedade (bem como a turnê com o No Doubt) tornou o Distillers nacionalmente conhecido.

Uma doutrina típica de Dalle ilustra porque ela é uma pin-up para jovens de 15 anos que não iriam comprar um disco da Britney nem sob pena de morte: “Eu perguntei a uma freia na escola o que era boquete e ela disse que era 'Proibido!'. Eu tinha cerca de oito anos de idade. Mas você finalmente descobre um dia, você acha as pornografias do seu pai ou da sua mãe e num piscar de olhos você aprende o que é.” Ela então tem a sua risada mais deliciosa.

Na fila, há pessoas gritando: “Bro-deee!”. Ela ignora. Ei, você não está lisonjeada? Aquelas garotas querem ser você. “Não, elas querem ser a percepção que têm de mim. Elas me vêem como sendo perigosa e rock'n'roll. Eu adoro o lado sombrio da vida," ela admite. “Eu já aprofundei isso no álbum.

Coral Fang”, cuja capa manchada de sangue foi alterada quando as grandes lojas de discos dos Estados Unidos se recusaram a estocar o álbum, transborda de referências à morte, principalmente por enforcamento.

Do que se trata, por exemplo, “The Gallow Is God” e “Die on a Rope”?

Bem, sangue representa a vida e a perda dele é a morte. O álbum é um retrato de um período de intensa transição.” Presumivelmente, ela está se referindo ao término do seu casamento, que forneceu o tema de muitas músicas. Ela acena: “Sim, tudo derramado no espaço de dois meses, os anos de ressentimento reprimido com respeito à minha situação.

Inevitavelmente, os outros membros da banda - o guitarrista Tony Bevilacqua, o baterista Andy Granelli e o baixista Ryan Sinn, que têm tatuagens iguais a uma de Brody - foram empurrados para o fundo das sessões de fotos nesses dias. “Eu quero que a banda obtenha os seus direitos,” Dalle se preocupa. “Mas talvez eu esteja em contradição, dizendo que nós somos iguais.” Bem, sim - não foram os outros três que o site punk-pornô Suicide Girls convidou para posar nu no próximo mês. “Eu não fiz isso, mas ei, seja lá o que for que te tenta.

Enquanto isso, Courtney Love se precipitou, recrutando Brody para tocar guitarra (sem dar créditos) em seu novo álbum. “Eu fiquei um pouco insultada quando eu percebi que meu nome não estava lá, mas agora eu estou contente porque as resenhas têm sido tão confusas,” ela diz, com um sotaque americano do qual quase todos os australianos teriam expurgado.

Acho que ela está tendo um tempo difícil explorando a energia que ela costumava ter. Mas eu não a vejo muito. Eu tenho cerca de dez mensagens de cinco minutos gravadas por ela, mas eu realmente não a conheço. Ela não se abre. Ela é como um presente com um cinto de castidade no lugar de uma fita.

Ela ainda fala com a forma aberta e despreocupada de alguém que é tão novo nesse meio, que ela continua a falar o que pensa. “Há um paparazzi agora fora do hotel, tirando fotos minhas. Isso é uma grande novidade. Se isso continuar assim, eu passarei por momentos dificílimos, tendo que constantemente me podar.” Talvez, mas muito de sua poda atual, você pode suspeitar, é feito por Homme, cujo nome provoca um pouco de suspiro de menininha.

"Me desculpe... Você sabe aquele sentimento doente que mexe com suas vísceras, aquele sentimento apaixonado? Eu tenho todos eles a todo momento. Ele é o homem mais lindo que eu já vi na minha vida. Ele tem 1,95m de altura e parece um Elvis ruivo."

Eles certamente formam um casal marcante; em uma sala de revistas de fofocas sobre celebridades como Sadie Frost no NME Awards, Dalle e Homme decoraram o irascível glamour Kurt-e-Courtney. Sua felicidade tem um custo, aparentemente. Embora ela insista que não abandonou Armstrong por Homme, o episódio separou seus conhecidos em campos rivais.

Ela contou à revista The Face que ela estava planejando deixar Armstrong há três anos: “Ele é 14 anos mais velho que eu, mas emocionalmente é uma criança... E eu não via diferença alguma.” Os camaradas de Tim, incluindo Kelly Osbourne e a banda Good Charlotte, marginalizaram o Distillers. Granelli disse que a banda ficou praticamente sem amigos, enquanto Dalle alegava que era desprezada. Isso parece uma briga besta de playground que explodiu em proporções ridículas, mas eles estão curtindo o suficiente para ter apelidado a última turnê nos Estados Unidos como “A Turnê da Mulher Mais Odiada da Terra”.

A mulher é sempre vista como a vilã e acaba demonizada por tomar uma decisão sem instruções de um homem,” ela diz sem paixão. “Há uma comunidade muito perto [em L.A.], e quando ela funciona, é um bom lugar para se estar. Mas as coisas não são tão preto e branco.


Coral Fang” já está à venda via WEA.


Rainha das Harpias, Brody Dalle, do Distillers, Larga Seu Homem e Põe Sua Coroa

Título Original: "Queen of the harpies, Brody Dalle of The Distillers Sheds Her Man and Dons Her Crown"
Por: Christine Leonard
Para: ?
Data: Maio de 2004
Tradução: Angélica Albuquerque


Tem sido um percurso interessante para a vocalista australiana Brody Dalle. Os últimos cinco anos viram sua banda, The Distillers, ser formada e reformada. Eles assinaram com a Epitaph Records, selo do Brett Gurewitz do Bad Religion, depois com a Hellcat Records e, então, finalmente, foram resignados para a Sire Records.
Lidando com a perda de saídas dos companheiros de banda, Kim Chi, Matt Young e Rose Casper, Dalle voltou ao seu nome de solteira, com a separação de Tim Armstrong, o frontman do Rancid. Entre turnês, Dalle optou por uma vida tranquila, centralizando os seus interesses na nova casa que ela e seu novo namorado recentemente compraram no Vale de São Fernando. De acordo com Dalle, o caminho que ela seguiu no sentido da felicidade e sucesso, não tem sido sempre fácil, mas agora ela está orgulhosa de ser uma verdadeira garota do Vale de São Fernando, no coração.

“Não quero ser rotulada. Estou em fase de transição - essas merdas de mudança de vida,” diz Dalle com um sorriso profundo. “Quando você está numa encruzilhada, há muita coisa para pensar antes de escolher a direção que você quer ir. Expor uma forte imagem feminina? Eu adoro! Existe uma porra de seca para as artistas mulheres, no momento, especialmente as que tocam guitarra. Elas não estão na rádio, não estão vendendo discos, a menos que elas sejam do tipo que ficam ali sendo bonitas e cantando. É realmente uma merda.”

Lidar com o sexismo é uma das armadilhas modernas que Dalle percebe como uma artista feminina na indústria fonográfica. Com a incrível tarefa de revitalizar a aguada encarnação moderna do grande movimento punk de outrora, o Distillers cospe em qualquer expectativa de que o Sex Pistols volte.

“Meus pensamentos sobre o chamado revival punk dos últimos quatro anos? Estou farta disto! Francamente, estou farta do punk. Já o superei. Simplesmente ele não é a mesma coisa que já foi - o reavivamento precisa mudar o seu foco. Há tantas facções punks por aí, hoje em dia, é difícil saber onde você se enquadra,” diz Dalle. “Nós temos mais regras atualmente do que qualquer outro gênero. É meio elitista. Eu amo o que o punk falava originalmente, agora, ele é apenas sobre vender discos. O punk não morreu, mas ele precisa ser reformado. Esse é o ponto principal de ser um artista. Você faz o que quiser!”

Falando sobre licença artística, o último lançamento do Distillers, Coral Fang, está sujeito a virar algumas cabeças (e possivelmente estômagos), com suas imagens gráficas incríveis. Uma mulher nua, sem cabeça e crucificada, jorra litros de sangue sobre um fundo branco como a neve (e fica pior no interior do encarte, acredite).

A versão não-censurada de Coral Fang, mostra uma mistura variada de animais reunindo-se sob um sol de arco-íris. Nenhuma controvérsia pretendida. Mas, certamente, fãs do álbum de estreia do Distillers e do seu sucessor, lançado em 2002, Sing Sing Death House, devem estar se perguntando que tipo de declaração sócio política existe por trás dessa capa maníaca. Dalle, alegremente, dá de ombros sobre o pensamento de que ela está fazendo ondas ou enviando mensagens idealistas.

“Eu nem sequer pensei sobre isso. Um amigo meu, Tim Presley, fez toda a artwork. Ela é totalmente uma visão dele. Ele tem uma banda chamada Darker My Love e ele é um artista foda, brilhante. Eu não tive nada a ver com a criação de design para o álbum - isso foi a sua interpretação masculina. Provavelmente, eu não teria escolhido uma mulher numa cruz para a capa, mas digo por mim. Eu acho que as pessoas apreciam a nossa sinceridade, mas talvez elas apenas gostem da música. Você tem que fazer com que elas continuem empolgadas - contratos pedem isso. Eu apenas quero fazer um bom próximo álbum, um que nos faça ficar feliz em relação a ele. Até lá, apenas manterei o mistério. Essa sou eu, a rainha misteriosa - usando a minha maldita coroa!”




Entrevista para Keerang! Magazine

Data: Junho de 2004
Tradução: Angélica Albuquerque


Você está prestes a tomar um par de comprimidos para dor de cabeça, quando Rod Stewart tropeça em você e pergunta se conhece alguém que "tenha alguma droga". Ele dá uma olhada nas pílulas que está segurando e lhe oferece cinquenta libras por elas. O que você faz?

Ryan: Guarde o seu dinheiro.

Tony: Guarde a porra do seu dinheiro.

Brody: Tomo o seu dinheiro.

Andy: Tomo o seu dinheiro e dou no pé.

Você está prestes a sair e percebe que o seu companheiro de banda está com uma meleca saindo pelo nariz. Você avisa a ele?

Brody: Isso é chamado de ter um morcego na caverna! E você sempre toca no nariz do seu companheiro.

Tony: Não. NÃO. Você pode tocar no seu nariz, você tocar nos seus amigos, mas você não pode tocar no nariz dos seus amigos. A multidão ama você conforme você mostra o seu poder através de seus números de abertura.

Você está prestes a começar a tocar a terceira música do seu setlist quando a guitarra parece não funcionar por completo. O que você faz?

Andy: Eu berro “seu burro!”.

Tony: Eu chamo o roadie de Rocky (nota: porque não faz nada direito). Eu jogo a guitarra nele e o chamo de babaca. Grito “eu não mijaria em você mesmo que você estivesse em chamas.”

Brody: “Eu não iria atravessar a rua para mijar em você se você estivesse em chamas.”

Andy: “Eu correria pelo inferno com um terno de gasolina para jogar beisebol!” Essa é uma citação de Pete Rose. Eu o amo.




FAQ - The Distillers


(About.com, maio de 2009)

Numa citação, você disse que o Distillers não tinha acabado de verdade. É este ainda o caso da banda?

Eu pensei que talvez eu pudesse gastar algum tempo para tentar convencer o Andy a ficar nos Distillers, mas eu decidi não fazer isso, já que a gente andava meio estranho durante um tempinho, mas agora retomamos contato e tudo está bem. Não há mais The Distillers. Acabou há anos pra mim e, voltar agora, seria redundante.

(Rolling Stone, março de 2009)

O que levou o Distillers ao fim?

Nós todos crescemos fora dele. Nós tínhamos entrado, realmente, numa vida de hábitos não saudáveis na estrada, que nós acabamos levando para casa, e isso meio que nos isolou um dos outros. Havia muita briga e infelicidade generalizada. Menos da parte do Tony. Ele foi o único por quem eu senti mais pena, porque ele tinha acabado de entrar na banda. Ele havia sido nosso roadie por 6 anos, aí nós falamos “venha tocar guitarra!” e foi isso.

Você alguma vez já se sentiu presa ao som do Distillers?

Eu senti como se isso fosse o fim da estrada. Eu senti que foi uma era que chegou ao seu fim, algo numa cápsula do tempo que você acha no seu quintal. Eu quero fazer uma música que seja realmente moderna e progressiva, que você não possa defini-la. A experiência de ter crescido no Distillers foi incrível e eu nunca voltaria atrás. Mas isso apenas não se encaixa neste momento.

(Alternative Press, dezembro de 2008)

Você mencionou que pretende fazer um projeto mais “focado na arte” e ter mais controle criativo que com o Distillers.

Bem, eu sinto que com o Distillers, nós vivíamos sob o apelido de punk rock e não quer dizer que eu não ame punk rock, porque eu amo. Alguns dos meus discos favoritos são de punk rock; tenho tatuado “fuck off” no meu braço. Eu continuo me sentindo como uma imoral. Isso não foi embora. Mas o que sumiu foi o fato de eu costumar a me controlar e editar, porque eu estava muito preocupada com "as crianças", como eles diziam. As coisas que eu ouço, atualmente, são mais focadas na arte, mais experimentais e mais fora de tudo. Coisas como Ratatat e um amigo nosso, (DJ) Adam Freeland, fez um remix de "Sex Bomb" (que estará no álbum), pelo qual eu estou totalmente apaixonada. Com a Spinnerette, eu parei de me censurar e de me editar e... o que quer que fosse, mesmo que eu tenha me sentido um pouco envergonhada, porque era muito meloso ou por qualquer motivo, a sensação é boa e  te permite cavar muito fundo.

Quando que você começou a sentir que estava perdendo algum controle com o Distillers?
                           
Eu tive controle criativo no Distillers até assinarmos com uma gravadora maior, e eles estavam esperando coisas de nós, que tinham mais a ver com artwork do que com o que estávamos lançando. Tivemos que fazer duas capas. Isso não quer dizer que não poderíamos ter lançado a capa que queríamos. O CD apenas não seria vendido no Walmart ou aquela merda de Target ou qualquer coisa assim. Porém, isso foi mais uma censura pessoal. Quero dizer, é claro que eles queriam que eu fizesse pop hits, pop punk ou algo do tipo. Mas eu realmente nunca aceitei isso e nem nunca cedi. Coral Fang foi uma coisa orgânica. Mas eu estou falando sobre me censurar tanto quanto sobre me controlar criativamente. Eu estava me controlando e isso tinha que acabar. Tinha que deixar esses Dr. Jekyll e Mr. Hyde (nota: O Médico e O Monstro) internos - [risos] - escreverem uma música ou lançá-la, deixando apenas acontecer.


Friday, August 12, 2011

The Distillers

Escrito e editado por: Angélica Albuquerque


“Nós não falecemos, apenas desaparecemos” – Trecho de “City of Angels”

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     No dia 08 de abril de 1997, Brody Dalle (na época Brody Armstrong) mudou-se de Melbourne para Los Angeles para ficar com Tim Armstrong (seu primeiro marido), deixando sua primeira banda, o Sourpuss, para trás e, então, montando um novo projeto musical, que teve seu nome retirado de uma destilaria em Melbourne (foto acima): “Eu vivi em Geelong quando eu tinha 16 anos e é uma pequena cidade de praia industrial. Fica à uma hora de Melbourne, então você tinha que pegar o trem e um dia eu passei por essa destilaria. Ela estava indo às ruínas e parecia que estava sendo perseguida; encoberta por algumas árvores ciprestes que estavam quase alcançando o nome da fábrica (The Distillers) no topo. Eu achei que era um ótimo nome para uma banda, então eu sempre o guardei.”

the-distillers-biografia-brody-dalle      O Distillers nasceu no final de 1998, quando Brody encontrou nos escritórios da Epitaph o baterista Matt Young e a baixista Kim Fuellerman. Como um power trio, a banda lançou em 1999 um EP homônimo pela Hellcat Records (de Tim Armstrong), em vinil 7 polegadas, com quatro faixas: “Old Scratch”, “L.A. Girl”, “Colossus U.S.A.” e “Blackheart”.

     Mas Brody parece ter sentido necessidade de uma ajuda extra na guitarra, e duas semanas antes de gravarem o seu primeiro álbum, eles encontraram Rose Casper Mazzola através de um amigo.

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      O disco que marcou a estreia do quarteto e que, assim como o EP, recebeu o nome de The Distillers, demorou três semanas para ser feito. Segundo Brody, o processo foi angustiante, pelo fato de nunca ter gravado um full-length antes. O álbum, então ,foi lançado no dia 25 de abril de 2000, pela Epitaph de Brett Gurewitz (Bad Religion) e pela Hellcat Records e a partir deste lançamento, a formação da banda mudou várias vezes.

     Kim foi a primeira a deixar o Distillers para se unir à Exene Cervenka (da lendária banda punk X) e fazer parte de sua nova banda, Original Sinners. Seus mesmos passos foram seguidos pelo baterista Matt.
Na época, o Distillers estava próximo de ingressar numa turnê com o Rancid e AFI. Logo, Brody tratou de preencher os postos vagos.
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     Ela conheceu o baterista Andy Granelli quando o Distillers fez alguns shows com a sua ex banda, The Nerve Agents. Brody então ligou para saber se ele poderia ajudá-la durante essa turnê e se poderia também arrumar um baixista, conforme o próprio Andy contou certa vez: “Ela me chamou e disse, 'tem essa turnê do Rancid que o Distillers fará e estaremos partindo em duas semanas. Você pode fazer? E pode nos arrumar um baixista?' Eu pensei, sim, eu posso fazer isso, então eu larguei o meu trabalho [ele trabalhava em São Francisco, dobrando camisas em uma loja de roupas de snowboard]. E achei um baixista, o Dante [que também era do Nerve Agents] - Eu falei, vamos sair em turnê, vamos fazer isso, não temos mais nada para fazer. E eu meio que permaneci, isso sempre pareceu o certo.

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     Porém, Dante não deu certo com o Distillers e foi para outros projetos. Novamente, a banda procurava um membro duas semanas antes de gravar o novo álbum.
Foi aí que Ryan Sinn surgiu. Ele trabalhava em uma loja de brinquedos/HQs/CD’s em Fremont, chamada Axis Records and Comics, e Andy o conhecia há anos como guitarrista de black metal. Ryan relembrou como foi recrutado: “Ele me perguntou, 'Você pode tocar baixo?' E eu disse não. Então eu saí e pensei sobre isso e resolvi tentar. Agora isso parece mais natural para mim do que tocar guitarra.

    Casper permaneceu até a finalização desse segundo álbum, Sing Sing Death House, mas Brody não tolerava mais sua falta de profissionalismo e então a expulsou do Distillers: “Eu chutei a Rose da minha banda por ser uma adolescente promíscua e viciada em drogas. Eu não podia lidar mais com isso. Eu abandonei a minha falsa filha!

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     Sing Sing Death House, cujo título foi inspirado no documentário Inside the Sing Sing Death House (sobre a prisão de segurança máxima Sing Sing Correctional Facility), foi lançado no dia 06 de Junho de 2002 e suas sessões de gravações não foram tão tranquilas: “Nós o gravamos em um estúdio em Hollywood, em duas semanas, e durante esse período um dos técnicos fumava crack direto, o que nos tirou quatro dias dessas duas semanas que tínhamos para gravar o disco. Foi tudo tão apressado - era tipo, uma música era composta, ensaiada e gravada porque nós não tínhamos tempo algum de voltar atrás e repensar sobre”, Andy expôs.
    
     Andy também contou que o disco não alcançou as capacidades da banda no momento, embora ele tenha atraído para o Distillers boas críticas, novos fãs e a oportunidade de sair em turnê com o No Doubt e Garbage em 2002/2003.
Aliás, no final dessa turnê e logo antes da banda viajar para o Japão, Brody resolveu chamar Tony Bradley Bevilacqua (que já trabalhava com a banda como vendedor de camisas e depois como roadie) para ser um membro oficial do Distillers: “Foi totalmente instintivo. Ele é um ótimo guitarrista,disse Brody.

     Ainda em 2003, Brody se divorciou de Tim Armstrong, mudou seu sobrenome para Dalle (uma homenagem à sua atriz favorita, Béatrice Dalle, estrela do filme Betty Blue) e a banda assinou com a grande Sire Records, do grupo da Warner Music.

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     Coral Fang foi lançado em 14 de outubro de 2003 e não agradou os fãs punks puristas da banda, por ser um álbum bastante distinto dos outros dois. Andy explicou o motivo para tal mudança: “Nós meio que quisemos fazer algo diferente, não apenas a velha e mesma coisa de sempre. Há algo no disco que o torna mais empolgante, mas ao mesmo tempo, continuamos quem somos - continua o Distillers. Não espere um disco tipicamente punk rock de nós. Nós meio que mostramos que podemos fazer isso, então decidimos explorar mais os diferentes estilos de música que ouvimos.” Já Brody, declarou: “Nossa música ganhou maturidade com este álbum. Embora não a tenhamos, ainda somos uma banda punk, ainda tocamos punk e ainda odiamos você.”

     Mas o álbum, que foi inspirado no momento de transição pela qual a vida de Brody passava, teve uma boa recepção no geral e levou a banda para tocar nos palcos do festival Lollapalooza.
    
the-distillers-biografia-brody-dalle     Porém, muita coisa aconteceu após o lançamento de Coral Fang e suas turnês de sucesso. Como já era de costume, a formação do Distillers sofreu novamente.
No começo de 2005, Andy Granelli largou a banda (sem avisar) para se dedicar ao Darker My Love, o que deixou Brody bastante magoada: “As coisas realmente estavam fodas no final. E a forma como Andy nos deixou, eu realmente me senti apunhalada pelas costas porque ele foi participar [de outra banda] e nunca me disse nada. Então isso foi doloroso.
     No mesmo ano, Ryan Sinn também saiu da banda para tocar com o Angels & Airwaves (banda do guitarrista do Blink 182, Tom DeLonge), o que agravou ainda mais a crise no Distillers.
Segundo Brody, a “culpa” pelos dois terem deixado a banda foi porque a gravadora estava forçando a saída de um novo disco e todos estavam indispostos: “Criativamente, nós havíamos dado de cara com a parede e estávamos exaustos, nós estávamos em turnê por dois anos direto e estávamos com os nervos à flor da pele... Foi uma época nem um pouco saudável e nós todos implodimos.”
     Infelizmente essa crise na banda também afetou o relacionamento do grupo como amigos (que até têm uma tatuagem em comum: Um coração preto na mão direita), embora hoje em dia Brody já tenha feito as pazes com Andy: “Foi um momento estranho para o Distillers. Nos tornamos realmente segregados e paramos de sair uns com os outros. Isso danificou o nosso relacionamento. Além disso, eu sendo a pessoa à frente da banda, ficando com a maior parte dos elogios e tudo escrito, incomodou algumas pessoas.

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     Com o Distillers engavetado, Brody Dalle casou-se com Josh Homme (Queens of the Stone Age, Desert Sessions, Eagles of Death Metal e ex-Kyuss) e durante a gravidez da sua primeira filha (Camille Homme), houve rumores de que o destino da banda havia chegado realmente ao fim de vez.

     Em março de 2007, Brody anunciou o seu novo projeto, Spinnerette (que conta com a participação de Tony Bevilacqua). Junto com este anúncio, Dalle avisou que o Distillers ainda existia, “só que não do jeito que você conhece”.
Mas em certas entrevistas concedidas entre 2008 e 2009, ela chegou a dizer que a banda realmente havia acabado e que seu foco estava voltado para o novo projeto: [Spinnerette] É definitivamente o que eu quero fazer e é um pouco mais complexo do que o Distillers. Eu amo o Distillers, mas isso é realmente apenas uma reta em frente para ser seguida, fácil, sem muita coisa para pensar - exceto minhas letras, eu penso muito sobre as minhas letras. Mas a música é simples. E Spinnerette com certeza está atirando em uma diferente direção.
Brody também contou que acha que a nova banda é mais notável que a anterior:Eu acho que é por conta da dinâmica. Distillers não tinha realmente dinâmica alguma, foi só um acidente de trem, sabe, todo o caminho. O qual é muito excitante também, mas é difícil.”

     O status atual do Distillers ainda continua com uma interrogação. Porém, no dia 17 de Junho de 2011, Dalle confirmou os rumores que diziam que a banda havia se reunido em estúdio, em 2010, mas sem o Ryan: “Eu sei que alguns de vocês querem que o Distillers volte… Eu tentei, eu tentei de verdade… Andy, Tony e eu gravamos com Greg Ginn, em outubro do ano passado. E simplesmente [o Distillers] não era o mesmo nessa ‘conjuntura’”, citando uma das falas do video “Winnebago Man“, o qual ela ama.
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     Contudo, ela deu esperanças para os nobres corações, que ardem de dor desde quando a banda “desapareceu”: “Isso não quer dizer que o Distillers não voltará, apenas agora não é o momento”.