Saturday, September 24, 2011

Bucketmag.com: Entrevista com Brody Dalle

Por: Sev
Para: Bucketmag.com
Data: 15 de Fevereiro de 2002
Tradução: Marianna Souza de Oliveira


No dia 15 de fevereiro de 2002 eu tive a chance sentar e conversar com Brody Armstrong sobre sua banda, The Distillers. Agradeço a Brody por responder minhas perguntas e também Hector Martinez da Epitaph por novamente deixar o Bucket fazer uma ótima entrevista.

Eu sei que é segundo dia da turnê Sick of it All, mas quais são seus pensamentos até agora sobre isso?
Eu amo isso, está sendo ótimo. É uma boa turnê pra gente.

Você têm tido uma boa reação da multidão?
Sim, nós tocamos no New Haven ontem à noite. Foi bom. Os primeiros, os segundos, e os terceiros são sempre difíceis. Nos primeiros três shows você ainda está meio que pegando o ritmo das coisas, e é difícil. Mas essa noite foi melhor.

Vocês tiveram em turnê recentemente antes desses shows?
Sim, nós estivemos da Europa em novembro e dezembro, com o Agnostic Front. Foi uma ótima turnê, muito divertida. Foi mesmo muito bom. Death Threat tocou também, eles são caras legais.

Agora vamos falar sobre o novo CD, o Sing Sing Death House. Parece que muitas músicas falam sobre, obviamente, sofreguidão e desespero das pessoas, mas tem outras musicas como “The Young Crazed Peeling”, que são mais como uma música esperançosa. O que exatamente você estava tentando transmitir quando você escreveu essas canções e existe um tema sobre todo o álbum?
Essa música é apenas sobre ser agradecida pelo o que tenho e ter fé.

O que é “Sing Sing Death House”?
A casa em um sonho representa você mesmo e dependendo do estado em que a casa está, este é seu estado mental naquele momento, e eu gosto disso.

Você pode dizer que estava mais puta da vida quando escreveu o primeiro álbum?
Eu estou sempre puta da vida. Nah, eu não estou sempre puta da vida, mas tem essa raiva interna que eu tenho desde pequena, e eu estou tentando lidar com isso. Eu acho que todo mundo na nossa banda tem o mesmo reloginho. É só saber lidar com isso. Sick of it All é sobre isso. É sobre lidar com isso de maneira positiva, em vez de atirar em pessoas na escola e tentar ter controle sob o seu corpo. No fim, você está apenas se diminuindo.

Você sente que a inclusão de Andy e Ryan dos Nerve Agents trouxe mais hardcore pra banda?
Bem, nós sempre meio que tivemos isso. Andy é um puta baterista, ele é fantástico. Ryan não é do Nerve Agents, nós o achamos numa loja de discos.

Ah, eu pensei que os dois eram do Nerve Agents.
Não, esse é o Dante.

Oh, ok. O que aconteceu com a Casper? Ela está fora da banda?
Ela está dando um tempo agora. Ela teve alguns problemas pessoais, então é provavelmente melhor pra ela ficar em casa e apenas relaxar e lidar com isso. Nó realmente não sabemos, mas nós esperamos que tudo dê certo.

As músicas desse CD estão mais limpas e tiveram uma melhor produção. Como foi a gravação e o que você fez de diferente?
Eu acho que foi nossa escolha da mixagem. Ninguém produziu o disco, nós meio que fizemos isso. Brett Gurewitz mixou o CD e tem muito a ver com isso. Bad Religion é uma das minhas bandas preferidas. Eu não sei. Tudo tem uma evolução e você tem que prosseguir. As coisas podem tanto se tornar piores quanto melhores, elas nunca ficam onde estão. Eu acho que eu meio que cresci como compositora. Foi uma gravação difícil porque tinha muita merda acontecendo. As pessoas estavam fumando crack no estúdio e tivemos que demitir algumas, mas nós conseguimos.

Pessoas estavam fumando crack enquanto mixavam?
Sim, isso foi horrível. Ele não estava fumando no estúdio, mas ele tava completamente chapado.

As comparações com o Rancid te irritam?
Não, eles são meus melhores amigos. Os melhores amigos do meu marido, são como uma família. Eles são uma banda boa pra caralho.

Ser rotulada como “a mulher do Tim” te irrita?
Não, porque eu sei que um dia será o contrário. Mas eu não ligo, porque é a minha vida. Estou pouco me fodendo pro que as pessoas dizem. Caso contrário eu não estaria fazendo o que faço. Eles são uma das minhas bandas preferidas, se as pessoas querem ser preguiçosas sobre o jornalismo delas e nos rotular assim, eu não ligo. Eu sei o que é real, e é a minha vida. Vai cuidar da sua, entende?

Eles sempre foram uma de suas bandas preferidas?
Não, a primeira vez que eu os ouvi foi em 1996.

Como é estar na Hellcat com tantos amigos de outras bandas e, obviamente, com o Tim?
É um negócio de família. É ótimo, e eu sou muito agradecida por isso.

Estou certo de que todos se dão muito bem.
Com certeza. É uma família. Você sabe, Brad Logan do F-Minus viveu com o Tim e comigo por um ano. Eu sou muito agradecida pelo o que tenho.

Isso é legal. Há alguns meses atrás eu entrevistei o F-Minus e eles tinham um monte de coisas boas pra falar sobre vocês.
Eu amo aqueles caras.

Você vai fazer a turnê Punks vs. Psychos depois dessa. Você vai abrir a maioria dos shows?
Eu acho nos vamos abrir mais na América. Eu acho que Tiger Army vai abrir na Califórnia.

Desde que Lars and the Bastards saíram da turnê e vocês estão abrindo a maioria dos show, isso adicionou uma pressão?
Sim, eu gosto de servir de base. Eu não gosto de abrir shows. É muita responsabilidade.

Houve uns rumores de que U.S. Bombs ia se juntar à vocês na turnê, mas eu acho que não.
Eles estavam em algum momento, e eu não sei o que aconteceu que eles não estão mais.

O que você anda ouvindo ultimamente?
The Unseen, Smoky Robinson. Eu não sei, nós ouvimos todo tipo de merda na van. Nós temos gostos muito ecléticos. Nós gostamos de estilos diferentes.

Tem algum vegetariano na banda?
Eu e o Ryan somos.

Isso é legal, eu vou pra um restaurante vegetariano depois disso aqui.
Sério? Eu queria poder ir, é tão difícil na estrada. Nós temos muito o que dirigir ainda. É fácil quando estou em casa porque eu posso fazer a minha própria comida. Mas na turnê você encontra um monte de carne, queijo, e essas coisas.

Sim, eu me tornei vegetariano seis meses atrás e eu definitivamente me sinto melhor sobre eu mesmo. Como você se tornou vegetariana por um tempo?
Eu acho que desde que nós tivemos em turnê com o Rancid e o AFI. Davey (do AFI) me deu um livro chamado “Dieta Para uma Nova América”, que é um livro muito bom. É informativo e um pouco assustador também. E eu tenho dois gatos em casa, eu não quero comer animais. E não é muito bom pra você também. É muito ruim.

Na verdade foi de shows que eu aprendi alguma coisa sobre vegetarianismo. Um monte de literatura nos shows. Existem muitas bandas vegetarianas por aí.
É muito importante que toda essa merda se espalhe por aí. Tá na hora das pessoas aprenderem como o corpo delas funcionam e reagem à certas comidas. Pessoas estão morrendo por causa disso. É tipo assim 30% de morte por doenças do coração só por comer carne.

Você faz isso pela saúde ou pelos direitos dos animais?
Eu diria um pouco dos dois. Não é exatamente o fato de estarmos comendo animais, mas é mais a maneira como eles são tratados e é nojento. Enfim, eu nunca comi muita carne mesmo.

Quais são as três bandas com pouco reconhecimento agora que não recebem muita atenção?
F Minus. The Nerve Agents; eles terminaram, mas eles eram uma ótima banda.

E três bandas que recebem atenção demais?
Tem muitas. Limp Bizkit, Staind… Mas não são tão boas quanto bandas punks.

Você tem algum plano para depois da turnê Punks vs. Psychos?
Nós vamos ter um mês de férias e depois nós vamos tocar em quatro shows com Rancid e NoFx na Califórnia.

Esses shows vão ser um estouro. Alguns já devem ter esgotado, provavelmente.
É, acho que sim. Depois disso nós voltamos pra Europa, e, provavelmente, fazer outra turnê americana em pequenos lugares, mas nós ainda não temos certeza.

Mais alguma coisa que queira adicionar?
Nah, só obrigada por estar fazendo isso.