Saturday, October 01, 2011

Virgin Festival: Mamãe Rock 'n' Roll, Brody Dalle, Compõe Algumas Músicas Ardentes


Título Original: "Virgin Festival: Rock 'n' roll mama Brody Dalle spins some searing tunes"
Por: Chantal Eustace
Para: Vancouver Sun
Data: 25 de Julho de 2009
Tradução: Angélica Albuquerque


Brody Dalle, a frontwoman da Spinnerette, diz que balancear a paternidade e turnê com sua nova banda é como andar numa corda bamba.
Felizmente, ela diz, seu marido roqueiro Josh Homme, do Queens of the Stone Age, é uma grande ajuda.
“É um verdadeiro ato de equilíbrio,” ela conta, falando por telefone de Oxford, Inglaterra, durante uma pausa na sua turnê européia. Ela acrescenta que o casal escala shows para cuidar de sua filha de três anos de idade, Camille. “Agora o meu marido não está fazendo nada, então ele está com ela. E isso torna tudo mais fácil.”

A voz de Dalle é impassivelmente rouca e ela logo ri com as coisas - como as balas de Ricola mantêm sua voz afinada e como movimentar-se antes dos shows ajuda a evitar ânsias do cigarro.
Há muita coisa acontecendo na vida da roqueira nativa da Austrália. Mas isso não é novidade. Antes de ingressar com a Spinnerette, ela ficou à frente da banda punk The Distillers até acabar há três anos.
Ela teve sua primeira banda, Sourpuss, aos 13 anos de idade, conta Dalle, acrescentando que nesse período ela soava como um esquilo estrangulado. Mas ela continuou. “Quanto mais você canta, melhor você fica nisso,” diz Dalle. “Isso é somente o que eu sempre tenho feito.”

Ela precisa fazer música, ela conta: “É algo necessário, sabe?”
Então quando o Distillers terminou, Dalle logo arrumou um novo grupo, ela diz. Depois de ter dado luz à Camille, ela reuniu talentos como Alain Johannes (Queens of the Stone Age), Tony Bevilacqua (The Distillers) e Jack Irons (Red Hot Chili Peppers, Eleven) para fazer um álbum.
O disco de estreia da Spinnerette veio junto a um período emocional, ela diz.

Pouco tempo após sua filha ter nascido, o pai de Dalle faleceu. Por volta da mesma época, ela diz, uma amiga foi diagnosticada com câncer.
Houve problemas com o som no estúdio também e com “a intromissão da gravadora”.
Foi um período bem “agitado”, Dalle conta, com uma voz soando cansada com a mera lembrança.
Mas a música não parou.
“Eu extraí de todos os lugares, eu acho,” ela conta, sobre enfrentar as coisas quando eram difíceis.
“Quando alguém morre e outro nasce - minha filha nasceu antes do meu pai falecer, mas, hum - isso abre uma caixa de Pandora, sabe, uma bagagem,” ela diz.
“Tipo, como você se relaciona com o seu passado? Como você se relaciona com todo mundo e o que isso significa? E o que vai acontecer? Sabe, é bastante intenso.”
Tipo como a marca pop-punk de Dalle encontra o rock 'n' roll.

O resultado é um álbum cheio de altos e baixos. É ousado - como a capa do disco, que mostra a virilha de uma mulher de calcinha de renda e a parte inferior de um corpete - mas é também uma espécie de polimento.
Música como a estimulante "Ghetto Love" - “You sold your heart for the primal experience; Gave up on love for a medal malevolence” - são misturadas com uma batida de dança que poderia funcionar em uma festa mix. Outras, como a melódica “Baptized By Fire”, tem apelo comercial e mostra o alcance vocal de Dalle.

“Está indo bem,” diz Dalle, sobre sua turnê, adicionando que seus shows são quentes e suados.
E o que mais podemos esperar?
"Eu não sei," Dalle responde. “É alto pra caralho. É isso que você pode esperar.”
Ela soa como uma perfeita punk.