Brody Dalle, a mulher turbulenta do punk rock, tornou-se mãe em tempo integral e floresce com a Spinnerette
Título Original: "Difficult Transformation - Punk Rock Vixen Turned Full-Time Mom Brody Dalle Blossoms With Spinnerette"
Por: Catherine Foss
Para: Submergemag.com
Data: 28 de Julho de 2009
Tradução: Angélica Albuquerque
Não se aflija mais pela perda da postura punk rock badass da vocalista e guitarrista do Distillers - a nova banda de Dalle, Spinnerette, oferece mais belas canções para serem ouvidas com prazer.
Com o nome tirado da anatomia das aranhas, Spinnerette é mais do que só uma versão renovada do Distillers - a banda visa se destacar e conquistar o novo território musical. "Spinnerette é mais musical, mais parecido com o som da música,” diz Dalle. The Distillers foi, nas palavras de Dalle, mais “uma banda suja de punk-rock.”
O Distillers lançou o seu último álbum, Coral Fang, em 2003. A banda terminou naturalmente dois anos depois. “Criativamente, nós havíamos dado de cara com a parede e estávamos exaustos,” disse Dalle. “Nós estávamos em turnê por dois anos direto e estávamos com os nervos à flor da pele... Foi uma época nem um pouco saudável e nós todos implodimos.” No começo, ela lembra que o rompimento foi bem bagunçado, mas que as alianças foram restauradas; Spinnerette conta com o ex guitarrista do Distillers, Tony Bevilacqua. A banda também conta com o baixista Alain Johannes (Eleven, Queens of the Stone Age) e com o baterista Jack Irons (ex Red Hot Chili Peppers, Eleven).
Spinnerette foi oficialmente formada “em uma lua azul”, em meados de 2006, diz Dalle.
Ela e o marido Josh Homme (Queens of the Stone Age) tinham acabado de experimentar a chegada de sua primeira filha, Camille, e Dalle estava suplicando por música. “Eu não havia feito música há bastante tempo, até então, e minha vida tinha mudado muito. Eu estava desesperada para ter um pequeno vislumbre para mim.”
Se a nova maturidade pode ser ouvida na música de Dalle, é porque de certo modo sua filha tem uma participação nisso. A transição de artista em tempo integral à mãe foi difícil. “Essa foi, provavelmente, a transformação mais difícil de todos os tempos,” ela diz.
Camille tem agora três anos de idade e aparentemente não se incomoda por ter estrelas de rock como pais. “Ela pensa que a mãe de todo mundo faz isso para viver,” Dalle ri.
Contudo, a química entre os membros da banda tem sido incrível. “Eu comecei a escrever com o Alain após o nascimento da Camille e isso meio que, organicamente, aconteceu e se tornou essa coisa mágica de um dia para o outro,” Dalle diz. “Foi como se eu tivesse plantado um feijão mágico e ele tivesse germinado.”
Os lançamentos da banda eram divulgados lentamente, começando pela música “Valium Knights”, em 2008. Eles também lançaram diversos singles, um EP chamado Ghetto Love e um vinil de doze polegadas. “Estamos alimentando lentamente as pessoas com coisas novas,” Dalle diz.
Seu álbum de estreia é homônimo e foi lançado em junho de 2009, após várias dificuldades. “Tudo o que você poderia atirar em alguém, tivemos atirado em nós,” Dalle relembra. Originalmente, eles iam lançar o álbum via Sire Records, em fevereiro do mesmo ano, mas havia algumas questões acontecendo através da grande gravadora. No final, eles entraram para o selo do Rush, o Anthem Records, do qual Dalle sente que foi a escolha ideal. “[Os membros do Rush] criaram o selo porque ninguém estava querendo contratá-los, então isso pareceu apropriado para nós assinarmos com eles.”
Os fanáticos por Distillers estão com opiniões divididas quanto à Spinnerette. “Alguns deles amam e outros deles odeiam,” diz Dalle. “Isso já era meio que esperado.” Para ser sincera, fãs do Distillers podem ficar desapontados se eles estiverem esperando ouvir a mesma garota punk rebelde que grita com angústia pós-adolescente. As músicas da Spinnerette são mais cativantes e mais melódicas, sugerindo uma maturidade musical recente.
Mas a musicalidade da Spinnerette certamente não será muito melosa para o seu paladar - As músicas descem suavemente, mas deixam um gosto amargo na parte posterior da garganta.
Dalle escreveu todas as músicas sozinha* e ela descreveu os temas do álbum como “relacionamentos e transformação, e você saindo ileso.” Ela escreve com a mesma atitude sem papas na língua, que você poderia esperar da ex-frontwoman do Distillers, como na música “Rebellious Palpitations”, onde ela escreveu: “Hey what’s your name?/I’ll take everything you’ve got/All aboard the drunk express/Bottles of wine in excess.” Dalle lamenta, com sua voz rouca e já característica, sobre sexo, amor, pílulas, sexo, um pouco de vinho, e aquele oh-tão-impiedoso cupido. Ah, e não esquecendo: sexo. Certamente, Dalle não é moderada.
Enquanto que as versões de estúdio da Spinnerette contam com o mesmo núcleo de músicos, Dalle tem uma abordagem diferente para shows ao vivo, recrutando talentos entre grupos de grandes amigos e conhecidos musicais. “Não precisamos mais ser tão sérios em relação a uma banda mais,” Dalle diz. “Parece tão bobo assinar a sua vida e colocar o seu coração na linha. Só iremos sair e fazer shows.” Músicos que já tocaram com ela incluem Vincent Hidalgo, Bryan Tulao, Dave Hidalgo Jr. (Suicidal Tendencies), Nicole Fiorentino (Radio Vago) e Matt Caughthran (The Bronx).
Spinnerette já fez turnê com Band of Skulls e agora embarcará em vários shows solo, assim como o Capitol Hill Block Party 2009, em Seattle e o Virgin Festival, em Vancouver. Spinnerette tocará no Boardwalk em Orangevale, no dia 22 de julho.