Saturday, October 01, 2011

Tomada de Rock & Roll no Troubadour com Spinnerette


Título Original: "Rock & Roll Takeover At The Troubadour With Spinnerette"
Por: Natalie Hamingson
Para: Lady2day.com
Data: 07 de Julho de 2009
Tradução: Angélica Albuquerque


No dia 24 de Junho, a Spinnerette se apresentou para uma platéia de fãs conterrâneos de Los Angeles, no The Troubadour, em West Hollywood. Apesar da luta contra um caso de laringite, a presença de palco indiferente de Brody Dalle não deu nenhum sinal de que ela estava se sentindo mal, à medida que ela apresentava um setlist com quase todas as músicas do primeiro e homônimo disco da banda, bem como “Borderline”, uma música onde ela e o guitarrista Tony Bevilacqua colaboraram com Adam Freeland.

Durante a música cigano-rock “Impaler” (como Vlad), a audiência foi pega de surpresa com a aparição especial do não-membro de turnê Alain Johannes na cig-fiddle, um instrumento de dois braços feito por Matty Barratto a partir de uma caixa de cigarro. Johannes permaneceu no palco para tocar o resto do setlist, que incluiu uma interpretação de quatro guitarras para a música que dá um final épico ao álbum, “Prescription for Mankind”.

Johannes (Eleven e Queens of the Stone Age), produziu, tocou e co-escreveu o álbum de faixas que variam de balanços e ainda dançantes (“Ghetto Love”) para melodicamente esquisitas (“Distorting a Code”). Quando eu me sentei com Dalle, ela falou sobre o quanto ela se sente afortunada por ter encontrado Johannes para ser seu parceiro de composição.

“Eu estive procurando alguém para me ajudar com isso há anos. É realmente uma coisa difícil porque você pode se dar muito bem com alguém, mas vocês talvez não possam ter necessariamente o mesmo gosto ou estilo, e eu sou sortuda por ter encontrado as duas coisas em uma pessoa. Há algo na forma como eu e Al trabalhamos juntos, que é realmente mágico. Ele pode tocar qualquer instrumento e ele é um gênio e é um músico mágico, então eu realmente me sinto sortuda.

O álbum mostra o alcance de Dalle, não só como compositora, mas também como vocalista, cujas habilidades vão além de seu carimbado grito, que atraiu a maioria do público do Troubadour à sua última banda, The Distillers. Apesar de Spinnerette soar menos áspera em comparação com The Distillers, suas letras lembram uma agressividade vulnerável em músicas como “Cupid” (“O cupido é um anjo sem coração com uma compostura cruel”).

Embora a distância de estilos neste álbum faça parecer como se não existisse duas canções com o mesmo som, uma faixa, que é uma ode à rainha do rockabilly, Wanda Jackson, “Sex Bomb”, foi, na verdade, produto da linha de baixo para “Walking Dead”.

“Eu fiz um monte de melodias vocais para a mesma parte, então eu apenas fiz outra música com elas,” Dalle explica. (Freeland fez o remix de “Sex Bomb” em troca da contribuição de Dalle em “Borderline”, uma vez que o DJ, cujo Dalle refere-se como um “amor”, “não teve dinheiro algum para pagar outros artistas.”).

Spinnerette atualmente está assinada com o selo Anthem, de Ray Daniel. Quando perguntei à Dalle se lá houve alguma vantagem de trabalhar na estrutura atual (ou falta dela) da indústria da música, ela só conseguiu oferecer especulações otimistas.

“O formato está mudando e isso tem que adaptar-se, até mesmo que isso pareça realmente caótico. É caótico, mas isso talvez seja algo bom, onde você possa fazer coisas do seu próprio jeito antes que haja um novo modelo para substituí-lo. Talvez não haja um novo modelo, mas as companhias de discos estão praticamente extintas... Vamos ver o que acontecerá.”

Quando comentei que a visão geral dos negócios está bem pessimista atualmente, ela explicou que provavelmente é porque o antigo sistema oferecia uma sensação de segurança.

“Eu acho que as pessoas provavelmente sentem falta do 'monstro' porque ele era tipo um rádio-relógio e de uma maneira isso era bem confiável. Você sabia de onde sua próxima refeição estaria vindo e você sabia o que tinha que fazer, e aonde ir, e que horas deveria estar lá. E isso era meio que uma garantia de que se você estivesse em certo nível, iria vender certo amontoado de discos e tudo o que você teria que fazer era ser um rock star e sair em turnê, entrar no ônibus e cumprir com o seu dever. E eu acho que isso agora está muito mais envolvido.”

Por conta de a Spinnerette estar assinada com um selo independente, a banda poderá continuar trabalhando com a Top Spin, uma companhia de media digital que permitiu que a banda lançasse o seu EP, Ghetto Love, em dezembro do ano passado. Dalle diz que a companhia que corta o intermediário vai lidar com “pacotes especiais para os fãs, porque esse é o objetivo”.

Spinnerette estará em turnê até setembro, quando, então, irá curtir um mês de férias. Depois disso, Dalle estará “tentando conciliar agenda do meu marido com a minha... Basicamente, escalando turnês, porque minha filha é prioridade número um.” Os fãs de Los Angeles provavelmente poderão aguardar um retorno da Spinnerette ao longo do final do ano.