Título Original: “Brody Talks Up Her New Band”
Por: Johnny Firecloud
Para:Craveonline.com
Data: 07 de julho de 2009
Tradução: Angélica Albuquerque
Na plateia do show que a Spinnerette fez em Traubadour, em Los Angeles, no mês passado, eu ouvi uma garota descrever Brody Dalle para seu amigo como “Joan Jett com esteróides”. Eu ri na hora, mas depois de alguma consideração, a descrição parece adequada.
Dalle, ex-frontwoman da turma punk dividida e “cheia de ressentimento”, The Distillers e núcleo da nova banda Spinnerette, definitivamente esculpiu uma reputação para ela mesma na década passada. Depois de devastar as noções anteriores de que é preciso para ser estar à frente de uma banda punk que apavora, Brody levou o Distillers a níveis sem precedentes, principalmente com o álbum lançado em 2003, Coral Fang. Ele acabou tornando-se o álbum mais comercial da banda, porém, logo depois o Distillers teve o seu fim.
Após ter ficado de fora da cena por alguns anos para cuidar da sua vida pessoal, Dalle juntou-se novamente com o seu antigo parceiro de banda, Tony Bevilacqua e com a ajuda de Jack Irons e do multi-instrumentista/produtor Alain Johannes, gravaram um álbum que é uma evolução estilística do Distillers e um “cala boca” para todos aqueles que viam Brody somente como uma “garota punk”.
Spinnerette orbita pela visão musical de Brody, apresentando um espectro muito mais amplo do que o estilo da sua forma de trabalho anterior. Em suas próprias palavras: Spinnerette é o som de uma luva de couro preta, suada, segurando um palito de pirulito, jogando-o aos cacos de vidro, antes de te oferecer a primeira lambida. Se isso fizesse algum sentido, isso seria Spinnerette. Há doçura e há ameaça. Você terá o desejo, apesar do perigo óbvio.
Conversei com a Brody na semana passada para entrar na mente da frontwoman mais poderosa do rock. Divirta-se.
CraveOnline: O álbum da Spinnerette saiu neste ano, mas ele foi feito há dois anos... Então, o que você tem feito nos bastidores?
Brody Dalle: Alain e eu nos encontramos e gravamos quando podemos, então nós temos um pequeno catálogo sendo construído para o próximo disco. E há canções que sobraram do último álbum que entrarão para o próximo. Eu quero fazer um álbum agora. Estou pronta para fazer outro álbum... E realmente lançá-lo nos próximos seis meses [risos].
CraveOnline: Você ainda experimenta algum dos fatores Yoko Ono, estando casada com Josh Homme (Queens of the Stone Age)?
Brody Dalle: Com certeza que as pessoas falam isso e é realmente uma pena, porque eu sou musicista e isso é o que eu tenho feito desde quando eu tinha treze anos de idade. Músicos saem com músicos, doutores com doutores, é assim que as coisas funcionam. E, infelizmente, aquela coisa toda envolvendo Yoko e John afetou cada músico, desde então. Eu não sei o motivo, mas foi o John que decidiu ter a presença de Yoko em cada entrevista dos Beatles e em cada ensaio da banda - essa não é a maneira que eu e Josh trabalhamos. Não esfregamos o nosso suco de amor em todo mundo e em todas as coisas. Tão nojento. Mas sim, o fator Yoko continua lá, mas o que se pode fazer?
CraveOnline: Obviamente, isso tem atraído uma série de comparações com o Distillers, uma vez que eles foram a referência para o seu nome por anos. Mas em cada entrevista ou matéria que eu li, vi que você, nos últimos meses, tem se centrado na palavra "amargo" para descrever a separação do Distillers. Você pode nos dar outra palavra para ficar repetindo?
Brody Dalle: Vou pensar melhor sobre isso... mas eu acho que foi bem amarga... [risos]
CraveOnline: Com as canções estão se saindo ao vivo?
Brody Dalle: Nós mal tocamos... provavelmente só fizemos cerca de dez shows, então nós estamos realmente apenas molhando os pés, sabe? Elas estão soando bem, elas soam diferente ao vivo, são mais pesadas... mas ainda há aquela dinâmica, assim espero. E é claro que ao vivo eu tenho que forçar a minha voz para competir com a banda, mas acho que está funcionando.
CraveOnline: Como você prepara a sua garganta antes de subir no palco? Você faz algum exercício vocal?
Brody Dalle: Não, na verdade não faço nada... eu, provavelmente, deveria fazer algum exercício... fazer algo, mas eu chupo essas balas da marca Ricola... elas são a minha salvação. Eu as usava muito na época do Distillers. Mas aí, eu costumava beber uma garrafa de vodka e fumar um maço de cigarros antes de subir ao palco, mas eu não sei se poderia fazer isso de novo...
CraveOnline: Você pode descrever a atmosfera do Pink Duck (estúdio que Brody construiu com o seu marido, Josh Homme)?
Brody Dalle: É bem legal, cara. É como se fosse o clube da família. Nós o construímos do nada - quero dizer, é um velho edifício dos anos 50 que nós meio que destruímos e, então, reconstruímos. É bem legal, é bem convidativo. Ele tem todos os tipos de artes feitas pela avó do Josh, por todo o lugar, assim como as coisas que colecionamos... é um ótimo estúdio. Sempre há música. Josh está sempre tocando, eu estou sempre tocando... é o que fazemos.
CraveOnline: O que os inspirou a construí-lo?
Brody Dalle: Nós somos músicos e passamos um bom tempo no estúdio de outras pessoas e isso nunca parecia muito certo - Então nós pensamos, se você está no ramo de criar músicas, o que é melhor do que investir no seu próprio estúdio?
CraveOnline: Você disse em uma entrevista recente que amava Howlin' Wolf... O que você puxou desse estilo?
Brody Dalle: Eu nem saberia o que pegar disso. É tudo o que eu tenho escutado no momento, é tudo o que eu consigo ouvir hoje em dia - sua coleção “Chess Box”, tem 73 músicas. Está no meu carro, no meu iPod, no meu computador, é, sinceramente, a única coisa que eu tenho escutado. É bem confortante.
CraveOnline: O que te levou até ele?
Brody Dalle: Nós fazemos jantares e coisas do tipo e colocamos um som, daí alguém colocou Howlin' Wolf. Foi uma música chamada “Down In The Bottom” que fez eu me apaixonar... É uma das minhas músicas favoritas. Eu não sei, mas ela apenas faz com que eu me sinta segura por dentro. [risos]
CraveOnline: Obrigado por reservar um tempo para nós - Uma última pergunta: Qual conselho você daria para alguém que sentado em seu quarto com uma guitarra e alguma inspiração, mas sem ideia do que fazer com isso?
Brody Dalle: Vá e pegue o “Rocket To Rússia”, dos Ramones. Comece daí. Ensine a você mesmo, porque é fácil pra caralho, é divertido, é radical e é um clássico.