A ex-frontwoman dos Distillers retorna à cena com um grupo aventureiro
Título Original: “The debut of Spinnerette - Ex-Distiller Brody Dalle returns with adventurous new group”
Por: Keith Carman
Para: Metro – Canadá
Data: 26 de junho de 2009
Tradução: Angélica Albuquerque
“Eu não estou interessada em ficar moderando mais ninguém. Eu não farei mais isso,” contou a vocalista/guitarrista da Spinnerette, Brody Dalle, sobre a estreia do seu mais recente e esforçado álbum.
Mais conhecida como o seu trabalho na banda de punk rock The Distillers, no comecinho desta década, Dalle retornou de um hiato de dois anos com o que é facilmente seu projeto mais aventureiro, esforçado e ambicioso até hoje.
Spinnerette é caracterizada por melodias infecciosas entrelaçadas com harmonias sutis que se resumem a uma ousada mistura de punk e pop/rock.
As 13 faixas do álbum são nada menos que impressionantes, tanto musicalmente como em termos de abordagem, uma evolução mais palatável que vai além de The Distillers, com seu reverenciado Coral Fang de 2003.
“Eu segui em frente, mas outras pessoas não,” “Eu tenho uma vida muito diferente. Eu irei correr o risco. Quanto menos eu me censurar, mais música original sairá. Quando você liga para o que as pessoas pensam, você fica sufocado.”
E o que fez Dalle abonar esta grande partida de suas raízes mais profundas em um prazer pessoal mais assertivo? A mesma coisa que eventualmente muda a maioria das vidas das pessoas: Paternidade.
“Eu dei luz a uma criança. Eu não ligo para ninguém mais,” ela encolhe os ombros com indiferença. “Por nove meses eu não quis fazer/tocar música. Eu não consegui me identificar; não queria nada com a música. Eu preferi as cortinas, em vez de escrever canções. Quando minha filha nasceu, foi a coisa mais inacreditável, mas também exigiu muito de mim. Não consegui me reconhecer quando me olhei no espelho e então voltei a fazer músicas. Eu sou uma pessoa diferente agora, então (criar um álbum) foi um acidente que se tornou num projeto e depois numa banda.”
Embora possa parecer uma eventualidade para os que não tem filhos, a paternidade tem um maior impacto quando afeta uma vida que já era extraordinária, como a de Dalle.
A australiana, de Melbourne, já havia lançado três álbum por gravadoras/selos poderosos, feito turnê mundial, casado não somente com um rock star, mas com dois (ex Tim Armstrong - Rancid e atualmente Josh Homme - Queens of the Stone Age), abandonado alguns vícios e visto sua banda, The Distillers, passar por uma metamorfose e se tornar um novo projeto chamado Spinnerette.
Nada mau para alguém que está chegando aos 30 anos de idade. Ainda assim, mesmo promovendo o lançamento da Spinnerette através da Anthem Records, ela admite estar mais orgulhosa do seu status materno. Admitindo que tanto a maternidade quanto a música tem revigorado a sua própria criança interior, Dalle indiretamente considera que essas duas coisas são as suas maiores musas inspiradoras.
“Isso muda tudo irreversivelmente e é uma coisa boa, especialmente para mim. Eu sinto muitíssimo a falta da minha família, mas esse é o meu trabalho. Eu não sei como fazer outra coisa e se eu não fizesse música, iria passear nesta terra como uma pessoa incompleta.”