Título original: An Interview with Brody Dalle of the Distillers and Spinnerette – “Howlin Wolf’, vegan cupcakes and vodka”
Por: Ryan Cooper
Para:About.com Guide
Data: 20 de maio de 2009
Tradução: Angélica Albuquerque
A maioria de nós relembra a voz ousada e corajosa de Brody Dalle, a vocalista do Distillers. O Distillers explodiu na cena, em 2000, com seu primeiro - e homônimo - álbum e o punk rock imediatamente teve uma nova representante feminina.
Com sua voz característica e áspera, Brody mostrou que o punk rock não é um jogo só de meninos e que uma mulher poderia liderar uma banda punk, sem ser “fofinha”.
Depois do lançamento de Coral Fang, em 2003, o Distillers entrou em um hiato, insistindo em dizer que eles não haviam terminado. Anos depois, Dalle ressurgiu com uma nova banda, com um novo som e com um novo jeito de olhar as coisas; com outra opinião.
Nós a pegamos para falar sobre o novo projeto e para saber se o Distillers continuava oficialmente em “hiato”.
RC: Faz um tempo que ouvimos algo sobre o Distillers, mas você tem estado bastante ocupada. O que você tem feito?
BD: Bem, eu me casei, tive uma filha, comecei uma nova banda chamada Spinnerette, fiz um CD, achei um novo empresário, assinei com um selo independente, lancei um EP digital, achei pessoas para tocar ao vivo.
RC: Ter se tornado mãe, fez com que você mudasse a sua visão sobre o mundo ou sobre ser uma musicista?
BD: Isso muda tudo. Isso faz com que você seja mais consciente. Faz você mudar a pele do seu passado e lutar contra seus demônios, faz com que você seja responsável, faz você se questionar sobre um monte de coisas, sobre relações, sobre o seu lugar no mundo e sobre que tipo de mundo você quer fazer para o seu filho. Crianças são as melhores coisas da vida! Minha filha é a maior comédia, ela sempre está dizendo coisas engraçadíssimas, esquisitíssimas e fofíssimas, tipo: “Mãe, você parece um macarrão” ou “Um dia, mãe, eu vou ter uma esposa e uma fazenda" ou "Mãe, eu amo demais lagartos!”
RC: Numa citação, você disse que o Distillers não tinha acabado de verdade. É este ainda o caso da banda?
BD: Eu pensei que talvez eu pudesse gastar algum tempo para tentar convencer o Andy a ficar no Distillers, mas eu decidi não fazer isso, já que a gente andava meio estranho durante um tempinho, mas agora retomamos contato e tudo está bem. Não há mais The Distillers. Acabou há anos pra mim e voltar agora, seria redundante.
RC: Com Spinnerette, nós estamos ouvindo um som drasticamente diferente. O que motivou essa mudança?
BD: Isso não foi nem um pouco intencional. Só surgiu. Eu acho que o som é um mix de Alain e eu, com uma pitada de Tony.
Minhas músicas são bem simples. Al tocando, dá mais maturidade e brilho que, caso contrário, não estaria lá. Tony entra com seu jeito temperamental de tocar, tipo um relâmpago, com revestimento triste e bonito, um fabricante de ruído em geral.
RC: Nas gravações da Spinnerette, você compilou um line-up bem sólido, incluindo Jack Irons. Como foi que se formou o line-up (das gravações)?
BD: Bem, originalmente, era Jon Theodore que ia tocar a bateria, mas ele rompeu o seu manguito rotador, que é principal grupo muscular responsável pela movimentação do ombro, dias antes, então Al disse “Vamos chamar o Jack para tocar!” e foi isso.
Tudo acontece por uma razão. Isso quer dizer que Jack era o predestinado a tocar bateria na banda.
RC: Quando você fizer a turnê do álbum, você terá um line-up diferente. Por que isso?
BD: Alain ganha a vida trabalhando como engenheiro de som e produtor, o Jack tem a família dele e não quer sair muito para fazer turnê durante esses dias, embora tenha manifestado interesse em fazê-la. Então, talvez a gente faça alguns raros shows com a formação que gravou o CD.
RC: O que acontecerá no futuro próximo? Mais Spinnerette? Mais Distillers? Algum projeto paralelo?
BD: Turnê, turnê, turnê, fazer outro álbum que sairá ano que vem, talvez um projeto paralelo com alguns amigos especiais.
RC: Há mais alguma coisa que você gostaria de dizer?
BD: Eu amo Howlin' Wolf, bolinhos veganos e vodka. Leia “Diet for a New America and The Food Revolution”, de John Robbins. Esse livro mudará a sua vida.