Saturday, October 01, 2011

Brody Dalle e Spinnerette


Título Original: “Brody Dalle and Spinnerette”
Por: Amy Freeborn
Data: 10 de março 2009
Tradução: Angélica Albuquerque


A deusa do punk rock, Brody Dalle, está de volta direto das profundezas do legado do Distillers, com sua nova banda, Spinnerette. Trazendo também o ex-guitarrista do Distillers, Tony Bevilacqua e com uma mãozinha do produtor Alain Johannes, da banda do seu marido Josh Homme, Queens of the Stone Age.
Examinando direito, Spinnerette é uma vigarista; é a banda mais elegante que Brody já criou.

A primeira faixa do EP de lançamento, Ghetto Love, imediatamente retrata a influência musical do seu marido, sobre ela. É uma música dançante, mais madura e com um vocal menos punk rock, do qual éramos acostumados a ouvir de Dalle.

Essas novas músicas poderiam quase ser consideradas pop alternativo; mas elas nos relembram de suas raízes, por conta de alguns gritos graves que aparecem regularmente. E ao vivo, sua presença de palco continua puramente punk: “Estamos aí pra se divertir,” Bevilacqua fala, “o que você diria?", para que Brody pudesse responder: “Nós queremos realmente fazer um som original; Eu acho que isso é o que tem acontecido. Spinnerette, de alguma forma, realmente é mais notável que o Distillers, sabe?”

“Eu acho que é por conta da dinâmica. Distillers não tinha realmente dinâmica alguma, foi só um acidente de trem, sabe, todo o caminho. O qual é muito excitante também, mas é difícil.”

“É,” Tony adiciona, “Foi também muito estrondoso, ou tipo isso. Existiram talvez algumas poucas coisas tipo estrondosas e todo resto foi realmente estrondoso e muito rápido.

Faz três anos que The Distillers acabou e, desde então, Tony diz: Nós recuperamos todos dos dois anos de noites de sono perdidas, por conta das turnês.

Brody: “A banda acabou, eu engravidei, tive um bebê. Minha filha tem três anos. Nós fizemos um disco; perdemos algumas pessoas e fizemos alguns novos amigos. E agora nós estamos de volta à cena, cara.”

Mas ela admite que um pouco por conta do término do Distillers (ela disse: “As coisas realmente estavam foda no final. E a forma como [o baterista do Distillers] Andy [Granelli] nos deixou, eu realmente me senti apunhalada pelas costas, porque ele foi participar [de outra banda] e nunca me disse nada. Então, isso foi doloroso”) e por conta da formação da sua família, ela chegou a considerar em parar de fazer música; se aposentar, mas só por um momento.

“É, eu realmente pensei em parar,” ela diz.

“Mas música é uma coisa tipo uma compulsão, algo que eu não posso evitar fazer. Então eu faço. É como a gente ganha a vida. É o que eu venho fazendo desde os meus treze anos de idade. Eu não saberia o que fazer se eu não fizesse isso.”

“Eu não tenho outra ocupação... É só isso, sabe. Eu não sei como pilotar um avião e eu não tenho nenhum desejo de me tornar enfermeira.”

“Eu tenho,” Tony interrompe.

Brody: “Você quer ser um enfermeiro?”

Tony: “Não, uma enfermeira.”

“Isso será um pouco difícil,” Brody ri.

De volta ao assunto, ela continua: “[A maternidade] mudou tudo pra mim. O tipo de música que eu gostaria de escrever ou as minhas canções, isso não foi muito afetado. Bem, talvez agora o assunto importe... Mas quando você tem uma criança, ela faz você perceber o que é importante no mundo. A doação de amor, essa é a maior de todas. E a sua família e os seus amigos são os mais importantes, e os relacionamentos. Tentar desvendar o passado, para que você caminhe para o futuro, sabe.”

Spinnerette é comprometida com Brody nos vocais e guitarra e Tony, também na guitarra e outros vários membros divididos entre turnê e estúdio: Jack Irons, Nicole Fiorentino, Bryan Tulao, Dave Hidalgo Jr e Alain Johannes.

“Eu escrevo as músicas e trago-as,” Brody explica.

“Aí, o Al (Alain Johannes) dá uns implantes e face lifting a elas, no bom sentido. E também alguma siliconada nos seios.” Brody provoca.

“E o Tony adiciona algumas texturas para decorar, escreve algumas coisas primordiais, faz coisas radicais e Voilà.”

No final de fevereiro a banda fez sua primeira sequência de shows oficiais, no Reino Unido. Mas será que a Brody estava preocupada em saber se os fãs da punk Distillers iam gostar da popzinha Spinnerette?

“Eu acho que se eles não quisessem estar lá, não estariam,” ela diz.

“Eles ouviram o EP, eu acho que eles meio que entenderam a direção que estamos indo... E você tem que dar as pessoas o benefício da dúvida. Pessoas gostam de todo tipo de música, independente de terem um moicano ou não. Eu sei, eu já tive e continuo com ele. Só porque eu não tenho um moicano mais, não quer dizer que eu não escute, você sabe, qualquer tipo de punk rock.”

Tony diz: “Parece que as pessoas tem estado com a mente bem aberta em relação a isso. As respostas que eu tenho ouvido ou lido na internet e tal - todos têm parecido ser bem positivos e tem curtido. Então isso é bacana.”

“É realmente excitante,” Brody diz.

“Mas continua sendo exaustivo [fazer shows] quando você não tem feito por um bom tempo. Requer muito de você. Você tem que entrar em forma, 'forma de turnê',” Tony diz.

Brody: “Entrar em 'forma e turnê' leva cerca de uma semana.”

Tony: “E nós só estamos aqui (no Reino Unido) por cinco dias e ainda continuamos... tentando”

Brody: “Continuamos enferrujados.”

Tony: “Mas os shows tem sido bem radicais. A platéia foi ótima nas duas noites. Bons retornos. Eu acho que os shows são bastante libertadores, mas muito divertidos ao mesmo tempo, por conta da energia que rola. Às vezes não é possível lidar com isso, se o seu corpo estiver fora desse estado, se você não tiver feito shows dignos na semana. Eu amo fazer shows (fora da América). Na América as pessoas são muito 'ok, beleza. Joinha', vão a um tipo de show e gostam de um tipo de banda,” ele diz.

“Na América há uma ceninha, sabe, você vai num show e todo mundo está de braços cruzados e é tipo 'por que você está aqui, afinal?', 'você parece estar tão entediado, por que você não vai para outro lugar?' As pessoas (no Reino Unido) são mais enérgicas e parecem que eles querem estar ali, naquele momento. O Reino Unido é um dos meus lugares favoritos para fazer shows. O quanto antes (que pudermos voltar), melhor,” Tony diz.

“Até as próximas turnês,” Brody diz, “a banda vai continuar fazendo um monte de trabalhos. Nós vamos fazer outro álbum assim que pudermos. Ele já está pronto para começar a ser gravado. Nós planejamos continuar escrevendo, fazendo turnê, fazendo vídeos e fazendo o máximo que pudermos.”